'Fragmentos dum retrato de Portugal' por José Saramago

De 5 de novembro a 4 de dezembro, o Teatro Municipal de Vila do Conde apresenta a exposição intitulada "Fragmentos dum retrato de Portugal" que revela uma faceta inexplorada do escritor José Saramago como "fotógrafo ocasional".

Volvidos quase quarenta anos após o lançamento do livro "Viagem a Portugal" e no ano em que se inicia a celebração do centenário do nascimento de José Saramago, esta exposição mostra perto de três centenas e meia de imagens captadas durante a Viagem, que o autor selecionou, catalogou e legendou, onde revela interesses que apontam para quatro coordenadas fundamentais: paisagens, lugares, pessoas e atividades, monumentos e arte sacra.

Todas as fotografias apresentadas nesta exposição são da autoria de José Saramago, captadas em jornadas feitas nos anos de 1979 e 1980. As legendas das mesmas são igualmente da sua autoria e as citações retiradas de "Viagem a Portugal".

A exposição foi concebida e produzida pelo Centro de Estudos Ibéricos e pela Câmara Municipal da Guarda com curadoria de Rui Jacinto e Duarte Belo. Em Vila do Conde, a iniciativa é realizada no âmbito do projeto FOTO VC.

Inauguração no dia 5 de novembro, às 16h30.

Horário

Terça a Sexta: 10h30/12h30 e 14h30/19h00

Sábado: 10h30/12h30 e 14h30/19h00 | 20h30/23h30 (em dias de espetáculo)

Domingo: 15h30/19h00

Legenda da fotografia

"(...) Por aqui chegará à Ermida do Senhor do Socorro, com a sua imponente abóbada caiada, é um templo popular apartado das grandezas litúrgicas, e ali, no adro, se é esse o nome que se pode dar a este espaço, estão pescadores remendando as redes ao sol que já vai descendo. Há uma geral conversa, um deles chama-se Delfim, que é um bom nome marinho, e depois o viajante chega-se ao muro, olha para baixo, lá está o rio Ave e o Sorriso da Vida, não podia o viajante desejar melhor, um rio capaz de voar e um barco que tem nome assim. O ar está de uma pureza magnífica, não há sequer vento: tudo a condizer. Despede-se o viajante de Delfim e seus companheiros, desce à vila baixa, vai por escadinhas e travessas e remata nos estaleiros." (...)

in, Viagem a Portugal, José Saramago. Edição Círculo de Leitores, página 42.