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Rota do Mosteiro de Vairão
A nossa sugestão, para hoje, é que se dirija para São Salvador de Vairão e se demore no Largo do Mosteiro.
Integrada no concelho de Vila do Conde pela divisão administrativa de 1834, as origens desta freguesia são bastante remotas, conforme indicam documentos que confirmam a sua existência já no século X. O mais antigo desses documentos, de 974, é a carta de doação da Villa Valeriani e de duas igrejas, feita pelo presbítero Romario e sua irmã Emilio ao Mosteiro de Vairão.
Não há certezas quanto à data da fundação do mosteiro, porém, no século X já existiria aqui uma comunidade monacal duplex - de frades e freiras - da ordem de S. Bento, de acordo com uma lápide encontrada no seu interior. Esta foi, durante os seus nove séculos de existência, uma instituição notável pelo número de religiosos que acolheu, pelo seu opulento património e pela riqueza do seu cartório, que produziu abundantes documentos, muitos dos quais anteriores à fundação da nacionalidade e hoje depositados na Torre do Tombo.
De visita absolutamente obrigatória é o excelente e raro retábulo de talha dourada, bem como os magníficos azulejos policrómicos que revestem as paredes interiores da Capela de S. João Baptista, localizada no interior da igreja do convento e cuja data de construção aponta para os séculos XIV/XV.
Já no exterior, no adro comum à igreja conventual, realce para a Capela do Senhor dos Passos, datada do primeiro quartel do século XVIII.
Subindo a rua irá encontrar, do lado esquerdo, embutidos na parede, os Passos da Via Sacra e o Cruzeiro do Largo do Mosteiro que, primitivamente, estava em frente ao portal da Igreja e no sentido oposto, o interessante edifício, do século passado, onde funcionam atualmente os serviços da Junta de Freguesia. Em frente surge a Capela de Nossa Senhora da Lapa, cuja construção remonta ao ano de 1726.
Flanqueei-a e tome a Rua de São Bento, ultrapassando o cruzeiro comemorativo dos centenários da nacionalidade e a antiga escola primária, exemplo da arquitetura educativa do século XX.
Preste atenção às magníficas casas senhoriais que confinam com o Largo da Feira, entre elas, a Quinta do Martins, datada de 1878, e a Quinta do Sá, construção setecentista. Junto a esta última eleva-se um cruzeiro, com data de construção situada entre os séculos XVI e XVII.
Prossiga pela rua dos Arcos, nome que provém do extenso aqueduto da Quinta dos Fidalgos que acompanha o caminho e mais a frente pela rua de Real, junto a Quinta de S. Bento, cuja frontaria ostenta a data 1889. Contorne esta propriedade pelo caminho estreito que liga à Capela de Nossa Senhora da Glória, propriedade da família Maiato.
De seguida suba pela estrada que rodeia a floresta e o levará até Carrazedo, nos limites da freguesia. Neste lugar existiu, no passado, uma capela com devoção a Nossa Senhora da Expectação e cuja construção primitiva remontará ao século XVII. Infelizmente encontra-se devoluta e em estado de ruina, há já alguns anos.
Continuando para Sul, pelo caminho de terra que corta as bouças, entre em terras pertencentes a S. Pedro de Canidelo. O nome desta freguesia, segundo alguns autores, deriva de Canido - lugar onde crescem canas –, ou Canadila – diminutivo de canada, que em português antigo significava caminho entre lugares ermos e escuros.
Chegado a esta freguesia torna-se imperativo apreciar a Antela das Alminhas, monumento do tipo megalítico escavada pelo Abade Sousa Maia, pároco da freguesia e reconhecido historiador e arqueólogo.
Mesmo ao lado situam-se umas curiosas alminhas que a mendiga Mariana de Canidelo mandou erigir para cumprir o voto que fizera se esta freguesia escapasse as tropelias dos franceses, em 1809.
Importante, também, é admirar a belíssima fachada da antiga Fábrica da Pólvora e, um pouco mais acima, a pequena ermida de S. Brás, antigamente conhecida como Capela de S. Brás das Cabras.
Continuando, agora, no sentido descendente, ultrapasse o Eirado, lugar de antiquíssima ocupação humana, como comprovam a lâmina de sílex e os materiais romanos aí encontrados.
Já na Igreja Paroquial, templo moderno com origens no seculo XVII, admire a sua arquitetura antes de prosseguir pela rua Santa Luzia, até a Poça de Cornes. Próximo desta, em acentuado estado de ruína, fica a Casa de Cavaleiros da Ordem de Malta, imóvel do seculo XVIII.
Atalhe no caminho de terra que cruza as bouças e faz a ligação ao lugar de Martinhães, em Gião. Esta freguesia é terra de farta história. Nos documentos do acervo do Mosteiro de Vairão encontram-se várias referências a Gião, que atestam a existência desta terra antes mesmo da fundação de Portugal.
Siga pela rua das Pinelas e contorne o cemitério, pelo lado sul, para chegar ao largo do adro, onde se ergue a atual Igreja de Santo Estevão. A primitiva igreja, disputada no século XIV pelo Mosteiro de Santo Tirso, mas que, no entanto, havia de permanecer pertença do Mosteiro de Vairão, foi alvo de várias e profundas intervenções entre os séculos XVIII e XIX.
Não muito distante avista-se um belo cruzeiro setecentista. Ultrapasse-o e suba pelo lugar de Tresval, até entrar de novo em Vairão, agora pelo largo de Santo Ovídio.
Aqui, para além de um cruzeiro devocional, assente no meio da estrada, sobressai a Capela de Santo Ovídio, construída no alto do monte com o mesmo nome e sobre o Castro Boi. Os vestígios deste povoado fortificado, hoje muito destruído, remontam à Idade do Ferro, anterior a romanização.
Depois de contemplar a espetacular vista panorâmica que o monte proporciona, corte pela rua das Escadinhas até a rua do Castro, artéria onde se localizam magnificas casas de Quinta, como a do Alferes, datada de 1866 e a de S. Bento, onde se encontrava instalado o Museu Agrícola de Entre Douro e Minho, entretanto desativado. Este espaço museológico foi galardoado, em 1991, pela UNESCO.
Para terminar, no regresso ao Largo do Mosteiros, caminhe pela rua das Pedreiras e atente para a Capela de Santo António, anexa à Quinta de Crasto.