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Rota da Reserva Ornitológica de Mindelo

Sugerimos que inicie este percurso em Azurara, junto a Igreja Matriz. Azurara foi vigararia do cabido do Porto e fez parte do concelho da Maia. Foi no período da revolução liberal de 1820 que Azurara conseguiu autonomia municipal, para logo a seguir, em 1836, o mesmo concelho se extinguir e ser integrado no de Vila do Conde, restando, como símbolo desta jurisdição, o pelourinho.

Encontrando-se na Igreja Matriz de Azurara, visite este belo Monumento Nacional do nosso Concelho, contudo não se demore pois a igreja, devido à sua riqueza artística, merece uma visita dedicada, quase em exclusivo.
Templo voltado ao Oceano Atlântico, foi concluído por Gonçalo Lopes, em 1552, e dedicado a Santa Maria-a-Nova, também conhecida como Nossa Senhora do Leite

No adro encontra o Cruzeiro Quinhentista. Apresenta numa das faces Jesus Cristo Crucificado e, na outra, a imagem de Nossa Senhora, padroeira da freguesia.
Contornando a Igreja pela direita, avista o Pelourinho, monumento singelo mas de reconhecida importância na história da localidade, lembrando os tempos em que Azurara elegia ouvidor e conselho de homens-bons. Ainda na Igreja, detenha-se, por breves instantes a observar a gárgula voltada a Norte e a magnifica janela orientada a Nascente.

Após isso, entre na Rua Dr. Américo Silva, antiga Rua Direita, onde ainda hoje se manufacturam e comercializam peças de vestuário tricotadas com lã grossa de cor branca ou parda que acompanham os homens no mar, protegendo-os do frio, desde tempos antigos.

Destaque, nesta artéria, para duas casas: a Casa da Praça e a Casa Grande. A primeira, erguida no local onde primitivamente se realizava o mercado azurarense, pertenceu a Manuel Joaquim Lopes Negrão, cujo brasão de armas foi concedido pela rainha D. Maria, em 1778. Nela se instalou, durante 5 meses, o coronel das tropas miguelistas, Visconde das Azenhas, natural de Guimarães, obrigando o proprietário, liberal, a fugir. A Casa Grande pertenceu ao Dr. Eugénio da Cunha Freitas que, durante anos, residiu na freguesia dedicando à sua história e monumentos muito do seu labor de investigador.
Nota, ainda para a antiga Igreja da Misericórdia, congregação instituída por alvará de 1566. Nela se encontra sepultado o capitão de galões Manuel Lopes Nauzinha. Possuiu hospital instalado no edifício fronteiro ao templo, que ainda funcionava em 1855. Nesta igreja, festeja-se, nos inícios de Dezembro, S. Nicolau.

Por último, antes de abandonar esta rua, evoque a figura de D. João de Castro, escritor nascido na Casa de Santa Ana ou dos Vasconcelos em 1871, majestoso solar setecentista demolido, em cujo espaço se instalou uma unidade fabril reconhecida a nível nacional.
Siga para a Capela de Sant´Ana. A subida acentuada será compensada pela magnífica paisagem que se desfruta do frondoso largo da capela dedicada à avó de Jesus Cristo. Este local era procurado, na segunda-feira de Páscoa, por vilacondenses e forasteiros para degustarem os seus farnéis em lautos picnics, acompanhados de familiares e amigos. As fontes documentais indicam a fundação da capela de Santa Ana como anterior ao século XVI. Defronte da ermida, ergue-se um cruzeiro em substituição de um outro anterior, destruído por um temporal, no qual existia um nicho em que todas as noites se acendia um lampião de azeite cuja luz orientava os homens no mar.

Continue, descendo junto da margem do rio ave para uma breve observação da Azenha aí existente. Deste engenho há notícias desde a 2ª metade do século XIII, embora a construção existente seja uma remodelação datada da primeira metade do século XVI.
Prossiga, marginando o rio no sentido do mar, em direcção a Rua da Junqueira, e a Capela de S. Sebastião, erguida numa elevação rochosa de onde o santo vela a foz do Ave. Aqui, reuniam-se os pescadores azurarenses para avaliarem o estado do mar e para decidirem se nele se aventuravam ou não.
Próximo, funcionam os estaleiros. Caso os encontre abertos, tente fazer uma visita para ver a perícia dos carpinteiros navais de Vila do Conde. Numa altura em que se constroem cada vez mais embarcações em materiais como o aço e a fibra, é um privilégio visitar este local, onde a madeira ainda marca o ritmo do martelo.

De seguida, percorra o troço em terra batida e dirija-se a praia de Azurara. Aproveite, comtemple calmamente o azul do mar e tendo-o como companhia caminhe para sul, pelo passadiço.
Após a Praia da Areia, entre na Reserva Ornitológica de Mindelo. Este importantíssimo espaço do nosso património é a única zona costeira na Área Metropolitana do Porto que mantém as suas características naturais. Se aprecia a natureza, não deixe de levar consigo um Guia de aves (encontra uma edição da FAPAS no Solar de S. Roque, na Livraria Municipal), face à possibilidade de poder observar algumas espécies de aves que sazonalmente passam por esta área.

Sempre pela orla marítima do concelho, chega a Mindelo, atingindo a ponta da Gafa. Embora não se conheça documentação que ateste a existência de uma Gafaria em Mindelo, presume-se que o nome derive desta suposta colónia de leprosos.
S. João Evangelista de Mindelo foi curato do convento e depois do ordinário no antigo concelho da Maia. O documento mais antigo referente a esta freguesia data de 1068 e cita o trespasse de um prédio na vila de Mindelo. Faz parte do concelho de Vila do Conde desde a divisão administrativa de 1836.
Terra de lavradores, esta freguesia floresceu em número de pescadores, sendo frequentes as estreitas ligações dos agricultores com o mar. Aliás, a lavoura estava tão relacionada com a pesca que os grandes agricultores tinham casa na praia, a chamada casa do mar.
Para chegar ao centro da freguesia, faça a Rua do Norte e cruze o lugar de Moimenta, topónimo que parece apontar para a existência, em tempos idos, de um monumento funerário de tipo “marmorial”. Há ter existido, desconhece-se a sua localização bem como o que lhe aconteceu.
Antes da Igreja Paroquial de Mindelo, atente, na Rua do Covelo, para uma grande casa com a fachada coberta de azulejos azuis. Este solar oitocentista albergou durante anos a antiga Escola Secundária.

Chegado a Igreja, aprecie a sua arquitectura setecentista. No interior encontrará alguns elementos provenientes do antigo templo e que foram aproveitados aquando da construção do actual. Em frente encontra o cruzeiro e a praça que homenageia o padroeiro da freguesia.
Inverta o sentido e caminhe pela rua da Igreja até perto da linha do metro. Aí aponte a caminhada para norte e atravesse de novo a Reserva Ornitológica de Mindelo, agora pelo caminho florestal, para alcançar a Capela de Nossa Senhora de Fátima, no lugar de Areia, Freguesia de Árvore. Flanqueie o templo pela esquerda e mais a frente cruze a pequena área florestal que encurta o caminho até a Estrada Velha, antiga Estrada Real.

Percorra-a, e de novo em Azurara caminhe até junto da pequena ermida dedicada a Nossa Senhora das Neves, cujo culto é dos mais antigos da localidade e em honra de quem se celebra a festa maior da freguesia. Reza a lenda que neste local apareceu Nossa Senhora, em forma de pomba, a um pequeno pastor que acompanhava o seu rebanho. A festa de Nossa Senhora das Neves realiza-se todos os anos, no primeiro domingo de Agosto, e é também conhecida por Romaria dos Anéis. O arraial atraia, outrora, grande número de ourives que vendiam, aos rapazes, os anéis em ouro e chumbo com que estes agraciavam as suas pretendidas. Costume ligado a esta festa, e que ainda se mantém, é o de percorrerem a freguesia, 3 vezes ao dia, nos 9 dias que precedem a romaria, tambores, anunciando a festividade. Em tempos idos, o arraial organizava-se à volta da capela, tendo sido, posteriormente, transferido para a área envolvente da Igreja Matriz.

Ao lado erguem-se, imponentemente, à Igreja de S. Francisco e o Convento conhecido por vários nomes: Nossa Senhora dos Anjos, Nossa Senhora da Assunção e dos Franciscanos Capuchos. A instituição do cenóbio data do século XVI, embora restem, nos edifícios, poucos vestígios da época. Actualmente, a Igreja pertence à Ordem Terceira de S. Francisco de Azurara e o edifício do Convento é propriedade particular. A este local acorrem, em Setembro, muitos vilacondenses e poveiros, por ocasião das Festas em honra de S. Donato, santo mártir cujas relíquias repousam na igreja.

Para terminar, atravesse a estrada nacional 13 e entre na Rua Padre Serafim das Neves, abade que pastoreou a freguesia durante décadas. Investigador da sua história e das suas tradições, é uma personalidade querida dos azurarenses a quem prestaram homenagem, erguendo-lhe um busto no adro da sua igreja. Ainda nesta artéria um último olhar para a Capela de Nossa Senhora das Dores, templo semi-público.

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