Desenho a grafite 'A Morte ou Trânsito de São José' em exposição nos Paços do Concelho

Ao longo deste mês de março, das 9h às 20h, no átrio da Câmara Municipal, pode ser apreciado um desenho a grafite sobre seda intitulado "A Morte ou Trânsito de São José", uma obra peretencente ao espólio da Casa do escritor José Régio.

Desenho a grafite sobre seda com a representação de São José no leito da sua morte, ladeado e amparado por Jesus Cristo e a Virgem Maria, com a presença de anjos, num primeiro plano, anjos-meninos, e por detrás de São José, um anjo de asas abertas e dois querubins envoltos numa nuvem branca.
Devido à tranquilidade e ao sublime amparo do seu passamento, São José é o advogado da Boa-Morte.

São José é venerado desde o Século IX. Um dos primeiros títulos que utilizaram para honrá-lo foi nutritor Domini, que significa “guardião do Senhor” e, também, patronus morientim -“protetor dos moribundos”. Esta atribuição surge da narrativa apócrifa do seu trânsito A história de São José, o carpinteiro, escrita no Egipto, no século IV, e divulgada através de versões na língua copta e árabe. Segundo esta história, o esposo de Maria, sentindo a morte chegar, pediu a assistência de São Miguel (anjo protetor do povo judeu) para que, ao seu lado, acompanhasse a saída da sua alma do corpo, “sem dor e sem perturbação”. Chegado esse dia, não se livrou todavia do medo da passagem. Recebeu então o consolo presencial do seu filho adotivo, Jesus (que reconheceu como Deus), o qual lhe transmitiu tranquilidade.

Uma peça da coleção de José Régio que, ao longo da sua vida, colecionou obras de arte, basicamente de cariz popular e, na sua grande maioria, de Arte Sacra, recolhidas, compradas ou trocadas por este grande vulto das letras portuguesas do século XX.